Sim, Pai
A salvação, sempre um dom gratuito de Deus ao homem, necessita da resposta pessoal de cada um de nós. Como dizia Santo Agostinho: Deus que te criou sem ti, não te salavará sem ti. No precioso dom da liberdade, o homem recebeu de Deus a capacidade de converter-se, de transformar a si mesmo e o mundo que o cerca, pois uma alma que se eleva, eleva o mundo.
Ezequiel demonstra o precioso dom da liberdade, mostrando que, para além de toda herança genética ou espiritual, não podemos pôr a culpa de nossos atos sobre os ombros dos que nos precederam.Se não somos o que deveríamos ser ou o que gostaríamos que fôssemos não é correto descarregar a culpa sobre a árvore genealógicva. É muito cômodo responsabilizar a sociedade, ou o meio ambiente por nossas fraquezas. Para além de toda influência de ambientes, circunstâncias ou vicissitudes, permaneec sempre a liberdade humana e a possibilidade de arrependimento e de conversão que nos capacita, sob o influxo da graça de DEus, a escrever a nossa história. Há ainda aqueles que se arrependem de seus erros e enceram o caminho da justiça e da bondade, e que, com seus atos, nos mostram que o verdadeiro sim não é apenas palavras.
Jesus, contrariando os esquemas dos fariseus que se achavam privilegiados por Deus e, consequentemente, os exclusivos detentores da salvação, mostra que, mais que palavras ou origem, todos os homens, judeus ou pagãos, são chamados igualmente à salvação oferecida por Deus e que se conquista por meio da livre resposta de uma vida coerente.
A imagem dos dois filhos ou deste pai bem pode representar os desafios para uma ação pastoral em nossos dias. Na verdade, mais do que temer atitudes daqueles que à primeira vista não nos aceitam, mas que depois se arrependem, devemos ficar atentos aos atos de cristão superficiais, que aplaudem, elogiam, porém não se comprometem. Os aplausos frequentemente interrompem ou encerram um discurso, mas dificilmente abrem um compromisso concreto e silencioso.