Solenidade de São Pedro e São Paulo
Colunas da Igreja
Celebramos hoje a festa de dois Apóstolos, colunas da Igreja: São Pedro e São Paulo. Duas figuras tão diferentes, que no entanto se uniram no testemunho de Cristo até a morte. Pedro é objeto de uma atenção especial por parte de Cristo. Homem corajoso e decidido, que confessa sua fé em Cristo, está disposto a acompanhá-Lo em sua paixão, caminha sobre as águas, quer defender o seu Mestre, mas ao mesmo tempo tão frágil a ponto de trair o seu Mestre, negando conhecê-Lo por três vezes. Mas é sobre esta fragilidade fundamentada na fé que Cristo quer edificar a Sua Igreja.
Quando Jesus pergunta aos seus: “E vós, quem dizeis que Eu sou? Respondeu Simão Pedro e disse: Tu és o Cristo de Deus vivo” (Mt 16,15-16). Mal pronunciou estas palavras, Cristo prometeu-lhe solenemente o primado sobre toda a Igreja (Mt 16,18-19).
O primado de Pedro e de seus sucessores está claro no Evangelho (cf. tb. Jo 21, 15). Pedro exerceu este primado, como encontramos nos Atos dos Apóstolos (At 1,15 , At 2,14 , At 3,6 ,At 10,1 , At 9,32 , At 15,2-7). Pedro foi bispo de Roma onde foi sepultado. Santo Inácio de Antioquia refere-se à Igreja de Roma como a “que preside a aliança do amor.”
Santo Irineu de Lião fala da “Igreja romana, a mais antiga, a maior, a conhecida de todos, fundada pelos gloriosos apóstolos Pedro e Paulo” com a qual todas as outras, em virtude de sua posição de prioridade devem estar de acordo.
O Papa é o representante de Cristo na terra (seu vigário), o fundamento da unidade da Igreja.
A ordem de Jesus foi: “Apascenta os meus cordeiros… apascenta as minhas ovelhas!” (Jo 21,15-17). Era a investidura no supremo poder! A Igreja sem o Papa seria um barco sem timoneiro!
Jesus quis fundar a sua Igreja tendo Pedro e seus sucessores à frente dela. Em dois mil anos de Cristianismo, até hoje, Pedro teve 265 sucessores! Pedro, Lino, Cleto, Clemente… João Paulo II, Bento XVI. Podemos dizer, ontem Pedro, hoje Bento XVI. Agradeçamos a Deus por pertencermos à Igreja fundada por Cristo que é “Una, Santa, Católica e Apostólica, edificada por Jesus Cristo, sociedade visível instituída com órgãos hierárquicos e comunidade espiritual simultaneamente (…); fundada sobre os Apóstolos e transmitindo de geração em geração a sua palavra sempre viva e os seus poderes de Pastores no Sucessor de Pedro e nos Bispos em comunhão com ele; perpetuamente assistida pelo Espírito Santo” (Paulo VI, Credo do Povo de Deus).
Dizia São Josemaria Escrivá: “O amor ao Romano Pontífice há de ser em nós uma bela paixão, porque nele vemos Cristo.”
Também S. Paulo é hoje apresentado na cadeia (2Tm 4,6-18, na sua última prisão que terminará com o seu martírio. O Apóstolo está consciente da sua situação; porém, as suas palavras não revelam amargura, mas a serena satisfação de ter gasto a sua vida pelo Evangelho: “aproxima-se o momento de minha partida. Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça…” (2Tm 4,6-8).
Paulo disse: “Escolheu-nos antes da constituição do mundo” (Ef 1,4). E continua: “chamou-nos com vocação santa, não em virtude das nossas obras, mas em virtude do seu desígnio” (2Tm 1,9).
A vocação é um dom que Deus preparou desde toda a eternidade. Todos nós recebemos, de diversas maneiras, uma chamada concreta para servir o Senhor. E ao longo da vida chegam-nos novos convites para segui-Lo, e temos de ser generosos com Ele em cada encontro. Temos de saber perguntar a Jesus na intimidade da oração, como São Paulo: Que devo fazer, Senhor?, que queres que eu deixe por Ti?, em que desejas que eu melhore? Neste momento da minha vida, que posso fazer por Ti?
O Senhor chama todos os cristãos à santidade; e é uma vocação exigente, muitas vezes heróica, pois Ele não quer seguidores tíbios, discípulos de segunda classe; se quiser ser discípulo do Mestre, deve imprimir um sentido apostólico à sua vida: um sentido que o levará a não deixar passar nenhuma oportunidade de aproximar os outros de Cristo, que é aproximá-los da fonte de alegria, da paz e da plenitude.
Temos de pedir hoje a São Paulo que saibamos converter em oportuna qualquer situação que se nos apresente. Quem verdadeiramente ama a Cristo sentirá a necessidade de O dar a conhecer, pois, como diz São Tomás de Aquino, aquilo que os homens muito admiram divulgam-no logo, porque da abundância do coração fala a boca”.
Relembrando o ardor missionário de São Pedro e São Paulo que o Senhor nos conceda o mesmo entusiasmo para sermos discípulos e missionários de Cristo.
A exemplo da Igreja primitiva que rezava por Pedro enquanto estava na prisão (At 12,5) estejamos unidos em oração pelo Santo Padre o Papa Bento XVI!
Mons. José Maria Pereira
Fonte:http://www.pr.gonet.biz/
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